quarta-feira, 19 de novembro de 2008

História da Fundição Artística Brasileira / Histoire de la Fonderie Artistique Brésilienne

(Monumento a Ramos de Azevedo, década de 30, São Paulo / Monument à Ramos de Azevedo, années 30, São Paulo)

O Brasil possui uma história particularmente recente no que tange à utilização de fundição artística como meio de expressão. As primeiras obras fundidas em solo nacional remontam apenas ao final séc. XVIII e, apesar desse quadro relativamente novo, a quantidade e qualidade do que foi realizado é notável.
Os momentos históricos de maior desenvolvimento da fundição artística no país aconteceram no Rio de Janeiro, durante os períodos do Brasil Império e República, depois do impulso industrial paulista e sobre os auspícios do modernismo de Getulio Vargas e Juscelino Kubitschek.
Após a chamada "Época de Ouro" da fundição artística no Brasil, durante a primeira metade do séc. XX, em São Paulo, hoje persistem apenas algumas fundições no Brasil, utilizando uma tecnologia bastante próxima à usada há cerca de 80 anos. A despeito dos processos terem a intenção de equivalência, sua qualidade é notoriamente outra. Houve claramente uma defasagem de know-how decorrente, entre outros fatores, pela interrupção da transmissão de conhecimento de cunho artesanal entre as gerações. Os herdeiros e atuais proprietários não tiveram a possibilidade de investir na modernização e na preservação da memória artesã, uma vez que o Brasil não possui uma política que favorecesse à percepção desse setor industrial como área da atividade ligada ao setor da cultura.
Em conseqüência disso, todos os setores ligados a esse tipo de produção artística, desde os museus, órgãos públicos responsáveis pelas conservações dos monumentos até os novos artistas, passaram a contar com uma fundição pouco qualificada e uma desinformação generalizada, no que tange, por exemplo, à tecnologia de materiais e às novas técnicas de fundição propriamente ditas.
A despeito dessa situação, a arte brasileira tem produzido novas gerações de artistas, e fundições continuam funcionando em diversos estados brasileiros.
A exposição sobre a Fundição Artística no Brasil pretende contar um pouco das histórias das obras realizadas em solo nacional, seus autores, dando relevo à questão da imigração e ao desenvolvimento técnico da fundição artística durante seus cerca de 250 anos de história brasileira.

Le Brésil possède une histoire particulièrement récente en ce qui concerne l’utilisation de la fonderie artistique comme moyen d’expression. Les premières oeuvres fondues au brésil remontent seulement à la fin du XVIIIe siècle et, malgré cela, la quantité et la qualité de ce qui a été réalisé est notable. Les périodes historiques de plus grand développement de la fonderie artistique au Brésil ont eu lieu à Rio de Janeiro, pendant la période où le Brésil était un Empire, puis une République et après le boom industriel de São Paulo et sous les auspices du Modernisme de Getulio Vargas et Juscelino Kubitschek. Après "L’Époque d’Or" de la fonderie artistique au Brésil, pendant la première moitié du XXe siècle, à São Paulo, il ne subsiste que quelques fonderies, qui utilisent une technologie proche de celle utilisée il y a environ 80 ans. Même si les processus se veulent équivalents, la qualité a notoirement baissée. Il s’est clairement créé une perte de savoir-faire causée, entre autres facteurs, par l’interruption de la transmission de la connaissance artisanale entre les générations. Les héritiers et les actuels propriétaires n’ont pas eu la possibilité d’investir dans la modernisation et dans la préservation de la mémoire artisanale, le Brésil ne possédant pas de politique favorable à la perception de ce secteur industriel comme domaine d’activité lié au secteur culturel. En conséquence, tous les secteurs liés à ce type de production artistique, les musées, les organismes publics responsables de la conservation des monuments ainsi que les nouveaux artistes, font appel à une fonderie peu qualifiée et souffrent d’un manque d’information généralisé, par exemple pour tout ce qui touche à la technologie des matériaux et aux nouvelles techniques de fonderie. Malgré cette situation, l’art brésilien produit de nouvelles générations d’artistes, et plusieurs fonderies continuent leurs activités dans divers États du Brésil. L’Exposition sur la Fonderie Artistique au Brésil, prétend dresser um panorama de l’ histoire des oeuvres réalisées au Brésil et de leurs auteurs, en soulignant la question de l’immigration et du développement technique de la fonderie artistique durant environ 250 ans de l’histoire brésilienne.

2 comentários:

·Linha· disse...

Boa noite, sou estudante de Museologia da UNIRIO e estou realizando uma pesquisa relativa as estátuas do centro da cidade do Rio de Janeiro e seus autores, sendo que muitas delas foram feitas pela Fundição Zani. Gostaria de saber se vocês tem conhecimento de algum livro que aborde o assunto, a evolução da estátua pública no Brasil ou até mesmo sobre o histórico da própria Fundição Zani. Desde já agradeço a atenção.

Paula Nunes.

Israel Kislansky disse...

Paula, realmente não há muita coisa. Sobre a fundição Zani, em meu blog, www.kislansky.blogspot.com
há uma postagem sobre a Zani com os telefones de lá... agora falando estou em dúvida se os coloquei, mas vale conferir, pois há outras informações sobre monumentos e outras fundições brasileiras.
Em meu livro "Kislansky - o eterno e o moderno" há tb um artigo q faz um panorama sobre a historia da fundição artistica no Brasil, não é muito, mas ajuda um pouco.
Vc pode encontrá-lo na livraria cultura de sp. È só pedi pela internet...
boa sorte e fique em contato, abçs, ik.